“Ilustrar
a história de uma cidade, suas peculiaridades: cultura, esportes,
folclores e até mesmo sátiras. Tudo isso através de miniaturas que tomam
forma, cor e movimento... Elas surgem da inspiração de Ciba, que
aperfeiçoou a técnica de figureira para contar... a nossa Ubatuba.”
A artesã Aparecida Belo Nascimento, 51, carinhosamente chamada por
Ciba, é casada com João Carlos Nascimento, 51; são pais dos belos filhos
Maclaudi, 28, e Mikel, 24. Taubateana, ela optou por viver em Ubatuba,
onde reside há cerca de dez anos. Mas foi em sua terra natal que ela e
suas irmãs Maria e Terezinha aprenderam com as irmãs da Imaculada,
através de um projeto do antigo prefeito Ortiz, a técnica de figureira.
Esta técnica é muito comum no nordeste do país onde os nordestinos fazem
figuras através do barro (argila), retratando histórias que ouviram,
viram ou apenas imaginaram, cujos trabalhos mais comuns são: pavões,
bois-bumbá e presépios.
Ciba é uma mulher que está sempre experenciando coisas novas. Ela é do
tipo daquelas pessoas que tudo que põem a mão as coisas surgem, como
mágica. Assim se dermos para ela um copo simples, não pensem que ela vai
apenas tomar água; pode ser que vire até mesmo um abajur, ou quem sabe!
Em Taubaté realizou diversos trabalhos destas miniaturas em barro, mas,
de repente surgiram consultórios médicos e até mesmo peças engraçadas,
sempre relacionadas a realidade com a cidade.
Quando
mudou-se para Ubatuba, conseqüentemente surgiram outras peças, onde
houve diversas adaptações quanto a técnica; assim surgiram o presépio
caiçara, constituído por canoas, caranguejos, redes de pescador, etc. Em
sua criação, surgiram as famílias caiçaras, danças tradicionais como a
da fita, folia de reis, entre outros. O esporte também apareceu em forma
de surfistas, alguns manobrando grandes ondas, e até mesmo
mergulhadores.
As sátiras estão sempre presentes no bom humor de Ciba, assim cenas
engraçadas de praias estão retratas em suas miniaturas. Ciba dá vida ao
barro eternizando parte de nossa história através de suas miniaturas. E
haja criatividade!
Sempre em busca de aprender e criar, ela agora está aprendendo a arte da
cerâmica para futura adaptação em seu trabalho e de tanto experimentar
desenvolveu uma técnica de secagem rápida, que leva apenas minutos,
usando microondas e ventilador, sendo que uma peça leva em média de uma
semana a 15 dias para secagem comum. Ela diz que o clima de Ubatuba
contribui muito com o trabalho com o barro.
Normalmente, ela trabalha em média duas horas por dia, geralmente de
madrugada. É nesta hora do silêncio absoluto que sua inspiração aflora
sem interferência.
Suas peças variam de três dias a dois meses para ficarem prontos,
dependendo do tamanho. Todas são ricas em detalhes, pois ela usa
diversificados materiais desde tintas, argila, até barbantes, crochês,
arames, taquaras, dentre muitos outros. Sempre que possível ela
participa de exposições, assim suas peças espalharam-se pelo mundo como,
por exemplo: Japão, EUA, etc. O preço de suas peças varia de R$1,00 a R$
120,00. Sem dúvida, é um bom presente e até mesmo uma excelente
lembrança turística. Ciba, como todo artesão, vive o mesmo problema de
seus colegas de trabalho: o de não ter um espaço, prometido por nossas
autoridades mas não cumprido. Assim, para sobreviverem, ela e seu esposo
vendem deliciosos congelados.
Quem quiser prestigiar este ilustre trabalho de perto é só procurá-la na
av. Pe. Manoel da Nóbrega, 1.639 - bairro do Perequê-Açu, ou entrar em
contato através do telefone: (12) 3832-1553.
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